SOBRE A ENTREVISTA DO SENHOR MARES GUIA - CINFORM 1508; Caderno 1; Página 10
É
difícil expressar os sentimentos provocados pelas falas do mais novo
Consultor que está a vender o “remédio” para curar as mazelas da
educação pública em Sergipe. Para mim esse senhor não passa de um
“caixeiro viajante”, um “mascate” e com todo respeito aos caixeiros e
mascates originais. Ele é um plágio. Diante dos meus quase 25 anos de
professora concursada nessa na Rede Oficial de Ensino de Sergipe,
preciso dizer a esse senhor o seguinte:
1. “Falta ao SINTESE uma
perspectiva de futuro – sou militante de base do SINTESE, no passado
tive a experiência de ser dirigente, sou testemunha das lutas travadas
por essa instituição, do acúmulo de análises, de estudos, de dados sobre
a realidade educacional de Sergipe, sempre ignorados pelos governos de
plantão. O que este senhor conhece da nossa história para fazer tal
afirmação?
2. Não quero mais esperar por um “futuro” que nunca chega.
Quero algo concreto no presente. Quero uma política educacional que
tome a escola como instituição a serviço da sociedade. Uma escola na
qual se tenha as condições materiais de trabalho para se responder os
desafios e complexidades do processo de ensino e aprendizagem. Esse
futuro foi muito sonhado e esperado, especialmente após os resultados
das eleições do ano 2006. Quando o “futuro” chegou tudo virou um
“pesadelo”;
3. Quanto custou o seu “peso de ouro”? O senhor falou
tanto sobre as suas metodologias, sobre a suas técnicas, e esqueceu de
falar transparentemente sobre o valor que o povo de Sergipe está a pagar
por todas elas.
4. Será que seria pedir muito conhecermos alguns dos
resultados da aplicação das suas metodologias e técnicas para resolver
“mazelas” da educação pública, nos lugares por onde o senhor já passou e
vendeu os seus pacotes “milagrosos”? Há alguma pesquisa, alguma análise
acadêmica feita ou em andamento?
5. “Trabalho com formulação(...),
análise educacional, avaliação, elaboração de projetos de alta
complexidade, oferta de aplicação de tecnologias educacionais testadas.”
Ao ler esse trecho, não tive como não recordar o texto “Fábula dos
porcos assados. O que o senhor certamente não contava, era encontrar a
nossa resistência. Sim, a resistência de uma categoria que tem um
sindicato forte, respeitado e que faz intervenções em vários setores da
sociedade, ou seja, tem legitimidade conquistada com lutas. Em Sergipe, o
senhor não encontrou o silêncio do medo, da intimidação. Nossas vozes
continuarão ecoando;
6. Por fim posso afirmar com muita segurança que
não temo ser avaliada. Tenho uma trajetória profissional límpida, sou
autora da minha prática pedagógica, planejo o meu trabalho, preparo
atividades de aprendizagens, e jamais usei as péssimas condições de
trabalho que enfrento durante essas mais de 2 décadas de trabalho para
negligenciar o meu fazer na sala de aula e na escola. Sabe por quê?
Porque o meu compromisso é com a sociedade, é ela que me paga, então
tenho que contribuir diretamente na formação de pessoas, de mulheres e
homens melhores, leitores, que pensem o mundo, que busquem autonomia
material e intelectual e que vivam melhor coletivamente.
Professora Sandra Beiju
é isso mesmo Sandra, adorei a reflexão... vamos divulgar. abrços
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